“Tempo e espaço conhecem um movimento que é, ao mesmo tempo, contínuo, descontínuo e irreversível. Tomado isoladamente, tempo é sucessão, enquanto o espaço é acumulação, justamente uma acumulação de tempos”. Nesse sentido, o tempo presente relaciona-se à evolução das coisas, enquanto que a paisagem formada pelas escritas anteriores dos lugares relaciona-se à acumulação de tempos passados, inertes. É o tempo social vivo que irá desfazer e renovar continuamente essa relação.”
Membros da Sociedade Excursionista e Espeleológica (SEE) visitaram o recém-encontrado sítio arqueológico “Camboatá”, localizado na cidade de Prados – MG. O sítio foi descoberto e nomeado durante uma atividade de campo realizada pelos pesquisadores e espeleólogos Roberto Franco (UNIPTAN-PVS) e Rafael Cardoso (UFOP-SEE) ao avistarem um pequeno abrigo com pinturas nas paredes rochosas.
São pinturas de aspectos e colorações singulares, com formas geométricas e zoomórficas, não se enquadrando, segundo arqueólogos, no que diz respeito às tradições rupestres pré-históricas em contextos locais e regionais. No entanto, ainda não há registros que as descrevam ou discutam sobre suas origens ou datação. Os pesquisadores envolvidos relatam já terem feito contato através de e-mail com alguns arqueólogos, e também com o IPHAN e a unidade do IEF de Tiradentes, relatando sobre seu contato e sua experiência. Também, entraram em contato com os pesquisadores da SEE.
Após contato com a unidade do IEF responsável e com a prefeitura de Prados, a SEE recebeu um grande apoio logístico e institucional, o que possibilitou a realização de uma visita técnica acompanhada por Rafael Cardoso, biólogo formado pela UFOP e membro ex-aluno da SEE, e também por Gilcimar Santos, secretário de Cultura e Turismo da cidade. Também presente nas discussões multidisciplinares e interinstitucionais, o historiador Gustavo Villa acompanhou de forma remota a visita técnica.
Ainda sem constatações, registros e pesquisas envolvidas, as pinturas figuram uma grande curiosidade científica e histórica visto sua intrigante e inusitada localização, ainda, das atípicas formas que apresenta. A SEE realizou o mapeamento do abrigo e registrou fotos do local e das figuras, além de realizar o preenchimento da ficha de caracterização arqueológica, com observações coletadas in-situ, disponibilizada pelo IPHAN. É importante ressaltar o cuidado rigoroso ao lidar com o patrimônio arqueológico, onde todas as atividades voltadas para a pesquisa devem ser orientadas e acompanhadas por um arqueólogo.
A SEE agradece a prefeitura de Prados pelo apoio institucional, a unidade do IEF da regional de Tiradentes, a pousada Mirante da Serra e em especial aos pesquisadores Roberto Franco, Rafael Teixeira, Rafael Cardoso, a gestora Fabíola Resende, ao secretário Gilcimar Santos, a dona Margarida e a cidade de Prados pela excelente hospitalidade.
Participantes: Cassiano Emílio, Icaro Assis, Amanda Caporali, Lucas Sorragi, Leandra Peixoto, Lívia Tessarolo e Rafael Cardoso.
Referência da citação: SANTOS, Milton. Técnica, Espaço, Tempo: globalização e meio técnico-científico informacional. São Paulo: Hucitec, 1997. Citado por: SÁ, Graziela Lopes de. Museu da Inconfidência: Uma Análise do Seu Papel Social e Sua Utilização como Equipamento de Lazer. Ouro Preto: UFOP, 2007. p. 59. Monografia.
