Durante os dias 09 e 10 de março de 2024, ocorreu o I Workshop de Biologia Subterrânea, evento organizado pela empresa Spelayon Consultoria e o Espeleogrupo Pains (EPA). O evento também contou com o apoio do Conselho Regional de Biologia (CRBio 4ª Região) e tinha por objetivo introduzir a complexidade das dinâmicas biológicas cavernícolas junto à atuação profissional do/a biólogo/a, contando com atividades teóricas e práticas.
A parte teórica ocorreu no dia 09, das 8:00 às 17:30h, no auditório do Rotary Club de Pains. O evento foi iniciado com uma mesa de abertura, composta por Mariana Timo Barbosa e Elmir Lúcio, ambos representando a Spelayon, e Lucelio Nativo, presidente do EPA. Neste momento, foi apresentado um histórico sobre as pesquisas desenvolvidas na região e os resultados das últimas expedições: a proposta de duas novas espécies de isópodes troglóbios, Trichorhina tomentosa e Trichorhina marianae, este último nomeado em homenagem à Mariana Timo. A SEE parabeniza este reconhecimento à Mariana, sócia ex-aluna da entidade e fundadora da Spelayon Consultoria. O evento então seguiu com as seguintes palestras, intercaladas com momentos de confraternização como coffee break e almoço:
“Uma dose de bioespeleologia: Introdução Geral” por Júlio César do Carmo, especialista em taxonomia e conservação de invertebrados cavernícolas;
“Moradores das cavernas: Morcegos e métodos de coleta” por Aline da Silva Reis, especialista em quirópteros e licenciamento ambiental;
“Invertebrados e os métodos de coleta” por Leopoldo Ferreira Bernardi, especialista em taxonomia e acarologia, entre outros;
“Fauna cavernícola da região cárstica de Arcos-Pains-Doresópolis”, por Robson Zampaulo, especialista em ecologia, bioespeleologia, entre outros;
“Consultoria, Biologia e Dados Científicos”, por Elmir Lúcio Borges, especialista em bioespeleologia e ciências ambientais;
“Alterações na paisagem, dinâmica trófica e efeitos na diversidade cavernícola” por Juliana Magno, especialista em bioespeleologia;
“A importância das Unidades de Conservação para região Cárstica de ArcosPains e Doresópolis” por Giovana Batista Soares, especialista em bioespeleologia;
“Restauração, dinâmicas cavernícolas, e a importância de métodos científicos.”, da Lívia Dorneles Audino, especialista impactos das atividades humanas sobre a biodiversidade;
O encerramento do dia se deu com uma apresentação de grandiosas produções audiovisuais de trabalhos desenvolvidos pelo EPA, como na descida do Rio Samburá ao Rio São Francisco (o link para acesso está no final desta nota).
A parte prática ocorreu no dia 10, com visita às Grutas Zé Brega e Santuário. Para tal, os participantes foram divididos em dois grupos. Durante o período da manhã e tarde, foi revezado as grutas visitadas, havendo trocar experiências durante o almoço. O conteúdo teórico do dia anterior foi vivenciado junto a momentos de dúvidas, visualização de indivíduos troglomórficos, escaladas esportivas com cordas, longos rastejos, momento de apagão de luzes, observação dos atributos frágeis e milenares que ornam os condutos subterrâneos.
Pains registra cavernas volumosas, com clássicas feições da espeleologia e diversidades biológicas e geológicas que tornam suas cavernas um interessante local para experiências de aprendizado. Por tal, já foi palco de algumas edições do Curso de Introdução à Espeleologia (CIE), ministrado pela SEE.
A SEE agradece à comissão organizadora pela realização e a todos os participantes pela presença neste evento de abertura de caminhos e profissionalização de atuais e futuros biólogos/as, bem como simpatizantes. Ações assim confirmam o compromisso da comunidade espeleológica com a conservação dos ambientes cavernícolas.
Link para acesso ao vídeo exibido pelo EPA: https://www.youtube.com/watch?v=yiAkgdwiWls
Participantes: Beatriz Pires, Giulio Pacheco (Pedicana), Deyvid Sampaio (Maçaneta), Gabriela Viana (Gabi), João Victor Sousa (Broca), Leandra Peixoto, Iuri Guimarães (Vangrogue), Pedro Raphael.
Texto: Pedro Raphael Ribeiro Pereira, Giulio Pacheco.
Revisão: Beatriz Pires.
