Durante os dias 17 e 18 de janeiro de 2014 a Mina do Dú foi palco de estudos de mapeamento topográfico e análise de interferência magnética relacionada aos equipamentos pelos membros da Sociedade Excursionista e Espeleológica (SEE). Esta é uma mina subterrânea parceira da SEE que está na propriedade do Eduardo Evangelista (Dú) e encontra-se no bairro Veloso de Ouro Preto - MG. Seus condutos que destrincham o itabirito minerado representam um dos maiores percursos turísticos de minas da cidade.
A parceria da entidade com o proprietário da mina é de longo prazo, tendo início com o mapeamento dela. Devido ao leve magnetismo dos itabiritos, a SEE utiliza uma técnica específica de mapeamento para esse tipo de situação que consiste basicamente em não usar bússolas dentro da mina para traçar azimutes, mas sim estacas com cordas e um transferidor para medir os ângulos entre as estações, tendo assim o traçado da mina.
Os condutos principais dela têm feições simples, em formato de ferradura, e até pequenos salões com ramificações ao longo do percurso, o que torna possível o treinamento e capacitação dos membros da entidade no contato inicial com a confecção de mapas e com uma técnica específica de cavidades que apresentam interferência magnética. Eduardo Evangelista Ferreira, com apoio do Frederico Garcia Sobreira e Hermani Mota de Lima, está construindo um albergue em frente à mina com a finalidade de se tornar além de um centro de visitas, um centro de educação patrimonial, difundindo na comunidade a importância desse patrimônio histórico-cultural, proporcionando um desenvolvimento social e econômico local.
A Serra de Ouro Preto é uma região de grande importância devido às mineralizações de ouro que ocorrem ao longo de toda a estrutura, nas quais vigoraram as explorações de ouro no século XVII /XVIII. Muitas minas subterrâneas foram escavadas em formações ferríferas acompanhando esse nível mineralizado que se posiciona paralelamente a uma lineação que coincide com as zonas de charneiras das dobras, apresentando um elevado potencial geoturístico, uma vez que pode se observar no seu interior feições associadas a esse contexto geológico. As lavras subterrâneas possuem extensão bastante variável, desde 10 a 400m, e formas irregulares,formando labirintos que representam a aleatoriedade do método através do qual se buscava o ouro em veios em profundidade. O ambiente mineiro carrega a memória da mão de obra escrava e suas ferramentas utilizadas na extração do ouro, logo seus vestígios arqueológicos reconstroem a história da mineração do período colonial.